Dr. Igor Padovesi - Especialista em Obstretrícia e Ginecologia
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Câncer de mama x obesidade: entenda o risco

Câncer de mama x obesidade: entenda o risco

Cada vez mais a incidência geral de câncer vem aumentando na população e com o câncer de mama não é diferente. É o segundo câncer mais comum nas mulheres, sendo assim o câncer ginecológico mais comum na população feminina.
Os fatores de risco clássicos são em sua grande maiorias não modificáveis, como idade avançada (> 50 anos), histórico familiar, primeira menstruação antes dos 10 anos, menopausa tardia. Porém, juntamente com o câncer, uma outra doença vem aumentando drasticamente sua incidência. É uma doença silenciosa, que não gera sintomas inicialmente e pouca gente fala à respeito ou a tratam verdadeiramente como doença. É a obesidade...
Hoje a obesidade já atinge mais de 1 bilhão de pacientes no mundo todo. Isto é, 1 em cada 8 pessoas são obesas! No brasil, 50% da população está à cima do peso e 20% já é obesa. Muitas pessoas ainda não consideram obesidade como uma doença, pois de fato ela não causa sintomas. Mas isso não é verdade...
Por ser uma doença crônica, o tempo para o aparecimento das primeiras consequências do sobrepeso pode ser longo, anos. E quando surgem, vem associadas ao diabetes, hipertensão, risco aumentando para infarto e AVC, colesterol alto, dores nos joelhos, indisposição, fraqueza, má qualidade do sono e humor. Só que hoje sabemos também que a obesidade aumenta o risco dos canceres ginecológicos (mama e útero). Portanto, dos fatores de risco modificáveis para o câncer de mama, a obesidade é um deles....
E como isso ocorre? Acontece que o tecido de gordura que se acumula no abdômen, dorso e membros é composto por uma enzima capaz de transformar hormônios masculinos, como por exemplo a testosterona, em hormônios femininos, como o estrogênio. O estrogênio é um hormônio natural da mulher, que oscila seus níveis ao longo do ciclo menstrual e em diferentes fases da vida da mulher: é responsável pelo surgimento dos brotos mamários na adolescência, da sensação de mamas pesadas próximas à menstruaçã e do crescimento fisiológico da mama durante ä gestação.
Portanto, o aumento do estrogênio circulante é um estímulo para as glândulas mamárias aumentarem de tamanho. Só que quando essas glândulas são estimuladas excessivamente, pode-se perder o controle do crescimento e da divisão celular. E aí surge o câncer...
Para se ter uma idéia, a obesidade dobra o risco de desenvolver o câncer de mama. Esse número é muito além do risco associado ao uso de hormônios para se tratar a menopausa, cerca de 4 casos a mais para cada 100 mulheres na faixa etária entre os 50 e 59 anos. E vai além: paciente que usam apenas o estrogênio para reposição hormonal (paciente que já retiraram o útero e não precisam da progesterona) tem o risco diminuído em relação à população geral, sendo então a terapia hormonal um fator protetor!
Porém, de maneira contraditória, os hormônios que trazem benefício para o bem estar da mulher carregam um precoceito e desinformação que desencorajam seu uso enquanto pouco se fala sobre a obesidade e sua associação com o câncer de mama. Na verdade, pouco se fala sobre a obesidade e seu impacto negativo na saúde em geral! Vale à pena a reflexão....

 

 

 

 

 

 

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Dr Igor Padovesi é formado e pós-graduado pela USP e atua nos melhores hospitais de SP. Sua equipe é especializada no atendimento e cirurgias de mulheres que moram fora de SP e no exterior.


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