A queixa de baixa libido (ou desejo sexual hipoativo) é comum entre as mulheres pelas mais diversas razões. Contudo, ainda é um assunto polêmico, cheio de tabus e muitos médicos não se sentem à vontade para explorar o assunto. E pior… quase sempre é uma situação constrangedora para a paciente dentro do ambiente de um consultório.
Dito isso, é rotineiro que ao final de uma consulta ginecológica esse tema não seja explorado e você saia com muitas dúvidas relacionadas. Porém, acredite: é absolutamente normal e esperado que em algum momento da sua vida você tenha menor interesse sexual!
Nem sempre a baixa libido é decorrente de alguma doença ou desbalanço hormonal. Mas também não significa que seja normal... Acontece que a atividade sexual é uma necessidade fisiológica como outra qualquer (comer, tomar água, dormir, ir ao banheiro), embora não seja vital. Dá para viver sem sexo. Mas quando isso impacta a qualidade de vida, deve ser diagnostica, investigada e, se possível, tratada!
Alguns fatores podem diminuir o interesse sexual, como as pílulas anticoncepcionais. Um dos efeitos colaterais das pílulas é diminuir o nível de testosterona circulante, o hormônio responsável pelo interesse no sexo. Mudar a pílula ou trocar o método contraceptivo pode resolver o problema. Para as mulheres um pouco mais velhas e próximas da menopausa, esse período costuma ser uma tempestade de mudanças no corpo: insônia, indisposição, dores nas articulações e também baixa libido.
Nesses casos, é esperado que o declínio funcional da produção de hormônios pelos ovários possa levar a uma queda dos hormônios sexuais. Quando isso acontece, uma simples reposição hormonal (pela pele ou até mesmo implantes hormonais) pode melhorar em muito o dia a dia dessas pacientes!
Ainda falando de menopausa, o ato sexual em si pode ser doloroso pela secura vaginal intensa. A mulher tem receio de ter relação com o parceiro por causa do atrito, ardência após a relação, corrimento e infecção urinária de repetição e com isso sente menos interesse pelo sexo. E isso pode desgastar a relação do casal.
É uma questão muito comum nos anos que antecedem ou nos primeiros anos após a menopausa, porém pouco comentado! Às vezes por vergonha da paciente, às vezes por falta de interesse e desconhecimento do próprio médico. Uma reposição hormonal local (pomadas ou cápsulas que dissolvem na vagina) podem melhorar a lubrificação vaginal e recuperar o prazer pelo sexo! Também é possível o uso de novas terapias como laser e radiofrequência para melhora do trofismo e turgor da vagina. E se você está descontente com a cor, tamanho dos lábios ou qualquer questão estética que esteja influenciando negativamente sua vida sexual, existem também procedimentos estéticos íntimos como a ninfoplastia (realizada em consultório, com anestesia local e alta no mesmo dia) que podem te ajudar…
E por último, existem também os casos que podem ser secundários a um estado geral de saúde comprometido, com reflexo na qualidade da vida sexual. Sobrepeso e sedentarismo, alimentação inadequada, estresse no trabalho, privação de sono, filhos pequenos e amamentação… São todas situações complexas, que infelizmente não existe um tratamento milagroso que resolveria do dia para a noite. Quando estamos frente a esse tipo de situação, é fundamental um acompanhamento constante, à médio prazo e multidisciplinar: nutricionista, educador físico e sobretudo terapia! A terapia é uma ótima aliada, inclusive a terapia de casais, com profissionais experientes nas áreas de sexologia e relacionamento conjugal.
Pergunte ao seu médico, não tenha vergonha, tire suas dúvidas, sem tabus! O bem estar sexual é fundamental para o bom funcionamento do corpo, físico e mental. O ato sexual faz parte da vida de todas as mulheres, em todas as fases da vida e deve ser sinônimo de prazer e realização. Não dor, vergonha, obrigação… Muitas vezes tratamentos simples, rápidos, que ninguém (nem o seu parceiro!) precisará saber podem melhorar a qualidade de vida e trazer de volta a autoestima, a disposição para viver bem e o prazer!
Por Dr Igor Padovesi.
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